Clichê número 12: “O amor supera todos os obstáculos”.
E quando ele finalmente recebeu alta e voltamos para o Brasil, um novo capítulo da nossa história clichê começou. Um capítulo com mais abraços apertados, mais “eu te amo” sussurrados ao pé do ouvido e a promessa silenciosa de que, às vezes, vale a pena arriscar tudo por aquele clichê que chamamos de “felizes para sempre”.
Clichê número 13: “Um final feliz, clichê, mais perfeito”.
Afinal, quem não ama um bom clichê, não é mesmo? Principalmente quando ele se torna a nossa própria realidade.
Bom, foi o que eu pensei, até Noah começar a vomitar no meio da noite, e se encolher no chão com uma dor de cabeça lancinante que ele nem ao menos conseguia gritar. E para aumentar meu desespero, ele simplesmente apagou.
Clichê número 14: “Um final feliz? clichêzinho ‘perfeito’? não mesmo, uma reviravolta daquelas de esquecer como respirar “.
O som dos aparelhos bipando ritmicamente era a única melodia de volta àquele quarto de hospital frio e impessoal. Noah estava ali, deitado, pálido e imóvel, envolto em tubos e fios que pareciam a única coisa o mantendo ancorado à vida. O acidente deixara mais do que leves sintomas que haviam aparentemente curado, as sequelas do não visto o havia lançado em um sono profundo, um coma incerto que me deixava à beira do desespero a cada instante.
Clichê número 15: ” A dor e o medo da perda envoltos num coma que suspende a vida e a esperança”.
Eu passava horas ao seu lado, segurando sua mão, sussurrando palavras de amor e súplicas para que ele voltasse para mim. As lágrimas desciam quentes, enquanto o bip constante do monitor parecia marcar cada batida da minha dor.
Clichê número 16: “Às lágrimas como linguagem da dor e da saudade”.
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